quinta-feira, outubro 19, 2006

...

Esta semana estou numa fase estranha. Fase estranha= Daniela sem vontade alguma de cozinhar e de comer também. Espero que isso passe no final de semana.
Bom, a verdade é que por causa disso acabei me lembrando de uma crônica que li há uns dez anos da Nina Horta chamada comida de alma. Nesta semana de quase inapetência só o que me animava era a idéia de comer uma comida que me confortasse. No meu caso a comida vencedora foi macarrão cabelinho de anjo com manteiga aviação de lata e um granna padano em lascas, é impressionante como esse tipo de comida tem o poder de me confortar, aliás creio que a todos nós. Depois de comer essa delícia eu consegui dormir praticamente uma noite inteira. Graças ao santo google eu encontrei um trecho da crônica da Nina Horta:

"Comida de alma é aquela que consola, que escorre garganta abaixo quase sem precisar ser mastigada, na hora de dor, de depressão, de tristeza pequena. Não é, com certeza, um leitão pururuca, nem um menu nouvelle seguida à risca. Dá segurança, enche o estômago, conforta a alma, lembra a infância e o costume. É a canja de mãe judia, panacéia sagrada a resolver os problemas de náusea existencial. O caldo de galinha gelatinoso, tomado às colheradas. O leite quente com canela, o arroz-doce, os ovos nevados, a banana cozida na casca, as gelatinas, o pudim de leite."

As minhas comidas de alma são: o macarrão aí de cima, a carne moída com cenoura (se for feita pela minha mãe fica mais do que perfeita), o minestrone da minha tia e o creme de espinafre da minha avó.

E a sua qual é? O meme é para todo mundo que estiver com vontade de participar.

Adendo:

Lendo os comentários do post abaixo me deu uma vontade de experimentar todas essas comidas deliciosas e reconfortantes.Um comentário me fez lembrar da minha infância: o da Karla que se lembrou de pão com nata e sal. Nossa, minha avó fazia para mim. Lembro claramente de ficar sentada na escada entre a cozinha e o quintal sentindo o cheiro do almoço sendo feito, do leite fervendo e, de repente aparecia minha avó com um pão com nata e sal e eu adorava.
Engraçado que depois de mais velha eu nunca mais comi, creio que eu gostava mesmo é do ritual.