Sampa - parte 2: D.O.M.
Bem, bem, bem...
Eu podia começar a especificar mais a viagem - (constatação: esse blog está quase um genérico de site de turismo: só se fala de viagens...) a partir de vários acontecimentos, mas sei que todos aqui estão vindo mesmo é pra saber minhas impressões sobre o excelente D.O.M., do poderoso Alex Atala.
Bem, pra facilitar as coisas, vou fazer a explanação item por item, e assim fica didático - como se alguém aqui estivesse atrás de didática, ou pior: como se eu pudesse explanar coerentemente algo... puffff... Vamos lá:
- tudo começa uma semana antes, quando eu dou a sorte de conseguir a reserva no local. Isso porque, as reservas lá já estão em outubro, e conseguir uma vaga em tão pouco tempo é bem complicado! Mas Deus é mais, e eu consegui a tal vaga! Tudo bem, seria na área de fumantes, e eu e Mardio não fumamos, mas pelo que eu tinha visto, o ambiente era pequeno, então o exaustor deveria funcionar... Mais uma vez, deus está ao nosso lado, e não bastasse ligarem à tarde na quinta para confirmar a reserva, ainda fui informada de que eles haviam conseguido uma vaga na área de não fumantes. P-E-R-F-E-I-T-O!!!
- Logo na chegada, uma cena engraçada, presenciada apenas por eu e Marido: a gente senta, e o Atala passa, saindo do restaurante. Eu praguejei até a última geração dele, disse que ele tinha que voltar, que se não voltasse eu ia dar um baile, etc... No meio do jantar, eu já achava que ele não voltava, mesmo. Já estava até resignada, de verdade. Mas outra vez tivemos sorte, e ele não só voltou, como disse ao Maitre que, em vez de ir à mesa, eu poderia ir até a cozinha, e ver como é lá por dentro. Óbvio que amei, né? Ainda fui esperta: fui lá na hora do Marido pagar a conta, assim nem vi a cara dele ao recebê-la... kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
- O ambiente: bem, pra mim a única coisa que não é lá de sonho no D.O.M. é o ambiente. Calma, ele é lindo, super aconchegante, um pé direito bem alto, charmosérrimo! O problema é que as mesas são muuuuuito próximas. Não, vocês não entenderam. São muuuuito próximas, meeesmo!!! Daquelas que ou você sussurra, ou divide o assunto com todo mundo ao seu redor!!! E não há a opção de sentar juntos, nas mesas para dois, só há como se sentar frente a frente, então ou é sussurro, ou é literalmente papo coletivo. Tipo assim: eu sei tudo que a pessoa da mesa do lado ia fazer no fim de semana, e que a moça da mesa do outro lado estava incomodada no banco, que era meio baixo, e preferia sentar na cadeira...
- a comida: absolutamente maravilhosa!!!! Infelizmente não tirei fotos - pô, eu já pago mico demais, né??? Não ia faezr isso na frente da Marília Gabriela - que infelizmente não tava lá com o ex, mas sim com uma amiga...
Como era a primeira vez lá, resolvemos pedir o menu degustação, para termos a chance de provar mais de um prato. Caramba, arrenpendimento zero!!! É a melhor opção, sem dúvidas!!!! Aliás, mesmo que eu voltasse lá no dia seguinte, novamente pediria o menu "domgustação", porque seriam outros pratos, com certeza.
Há 2 opções de menu degustação: um de 4 pratos + sobremesa, e um de 8 pratos + sobremesa. Ficamos no de quatro pratos, e foi a medida perfeita de nossos buchinhos.
Aliás, é bom dizer que, embora o restaurante tenha uma proposta contemporânea, seus pratos são, sim, suficientes para forrar bem a barriga. Claro que antes do prato rola um couvertzinho, e que uma garrafa de vinho foi degustada durante o jantar, mas achei os pratos bem servidos para esse tipo de restaurante, vem bem mais robusto do que outros muito menos famosos e gostosos que conhecemos...
Bem, como nosso vinho era tinto, o Maitre disse que faria a seqüência que harmonizaria com ele. Questionou se tínhamos alguma restrição, ao que respondemos negativamente. Quer dizer, quando ele mencionou pequi, eu disse que esse eu passava. Pô, eu moro 2 anos no cerrado e não como pequi, vou comer no 38º melhor restaurante do mundo? Fala sééério...
Finalmente aparecem os pratos... Para começar, uma entradinha fria: vieiras marinadas com leite de coco, pimenta de cheiro e crocante de manga. Delícia pura, de uma leveza sem igual. As vieiras no ponto certo, e o creme de coco super aveludado, perfeito. pró-xi-mooo!!!
O segundo prato foi o que mais me impressionou, por conseguir reunir diversas texturas e formar uma verdadeira revolução gustativa na boca, com a mistura ideal de quente/frio, macio/crocante... Era um foie gras com crocante de arroz selvagem e avelã, sorbet de cambuci e consommé de bonito. Magnífico, fantástico, soberbo!!!! Eu nunca havia comido cambuci, e lá descobri que se trata de uma fruta típica da Mata Atlântica, e o Maitre, sempre gentil, trouxe um exemplar para que conhecêssemos. Como disse Marido, parece "um limão em forma de disco voador"...
A terceira delícia foi o já famoso talharim de pupunha, especialidade dele que é absolutamente maravilhosa!!!! O pupunha fica na espessura do macarrão, mas com uma textura bem crocante, perfeita. O melhor ponto al dente que já experimentamos... Veio acompanhado de uns tomatinhos picados e um micro pedaço de lula assada e outro maiorzinho de atum, assado apenas por fora e rosadíssimo por dentro. Só tenho que dizer que até ali o jantar já valia cada centavo pago. Mas ainda tinha o pró-xi-moooo...
Finalizando a seqüência de pratos, um confit de pato com vinho Madeira e pimenta verde. Fantástico, delicioso, e todos os adjetivos que você imaginar. Ainda mais porque vinha acompanhado de uma musseline de cará e azeite de manjericão - que não era aromatizado com a erva, mas sim verdinho como tal.
Parênteses: agradeço a Deus a bênção de não ter sido obrigada a comer espumas... só lembrei que ele era chegado a uma depois de já estarmos na degustação...
Após tudo isso, ainda faltava o prato de queijo: o famoso aligot. É um purê de batatas com queijo de minas e gruyère, que alcança um ponto tão perfeito, que é tirado da panela e antes de ser servido no prato passa por malabarimos na mão do garçom... só quem já viu entende a descrição, eu só conhecia do programa Mesa pra Dois. preciso dizer que tava maravilhoso?????
Se alguém ainda conseguiu chegar até aqui, vai saber que finalizando o melhor jantar que já tive na vida, surgiu um sorvete de baunilha com uma calda, ou algo equivalente, de chocolate branco. Estava delicioso, mas achei meio sem glamour... Tipo, sendo muito presunçosa, acho que até eu faria um parecido.... kkkkkkkkkkkkkkk Com certeza a Tatu faria!!!
Enfim, esse foi um resumão, resumo mesmo, do que vivemos na noite da última quinta-feira. Uma noite que já me deixa saudades, e que pretendo repetir na vida ainda outras boas vezes, enquanto o cartão de crédito permitir...
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